23 março 2012

CRIME CONTRA ESTANCIANO Acusado pode ir a julgamento em breve


Após quase 17 anos, familiares, amigos e quase todo o município de Estância, ainda comovidos com o crime bárbaro que vitimou o estanciano José de Oliveira Soares, pecuarista de 48 anos, assassinado na Praia da Caueira, em Itaporanga D’Ajuda/SE, no dia 21 de outubro de 1995, aguardam ansiosamente o julgamento do acusado pelo fato.
Zé Soares, a vítima, sempre foi bastante conhecido em toda a região centro-sul de Sergipe e seu brutal assassinato, além de deixar desprotegida sua família, com filhos menores, comoveu toda a população. Até hoje, diversas pessoas manifestam sua apreensão sobre o desfecho desse crime monstruoso, por motivo desprezível, pois, ainda que não lhe devolva a vida, manifesta credibilidade da justiça e sentimento de consolo para aqueles que buscam respostas para tanta impunidade no País.
O Inquérito Policial foi concluído e no ano de 2004, o Ministério Público denunciou Agnaldo Cardoso, ex-gerente do Banco do Brasil e cunhado da vítima, como mandante do crime.
No dia 18/05/2010, o Juiz da Comarca de Itaporanga julgou Procedente a Denúncia e proferiu Sentença de Pronúncia em face do réu Agnaldo Cardoso como incurso nas penas do art. 121, §2°., inciso I, do Código Penal (homicídio praticado por motivo torpe), a fim de ser o mesmo submetido a julgamento pelo Tribunal de Júri.O Réu impetrou Recurso em Sentido Estrito, no Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, o qual será julgado no dia 26/03/12, mas toda a Estância e região acreditam e aguardam ansiosamente pelo julgamento.
Segundo consta dos Autos, no momento do crime, a testemunha Antônia de Cássia, que estava no local e presenciou tudo, afirma que os 03 (três) pistoleiros, oriundos do Estado de Alagoas, antes de efetuarem os 48 (quarenta e oito) disparos contra a vítima, fizeram a seguinte pergunta: “Você está lembrado de Agnaldo?”Segundo as investigações, o crime foi encomendado por Agnaldo Cardoso, que era inimigo do fazendeiro, ora vítima, em consequência de disputa de terras, oriundas de herança.
Agnaldo Cardoso, por diversas vezes, segundo declarações de testemunhas, teria ameaçado a vítima de morte e chegaram até a ir a Delegacia em razão das agressões.A esposa do acusado, Alinete Soares, conhecida por “Netinha”, irmã da vítima, junto com o seu marido, também brigava na Justiça pela herança.Os insultos proferidos por Agnaldo contra a vítima eram constantes, tendo inclusive, surgido comentários de que os pistoleiros já estavam na região em uma festa de batizado na praia do Abaís, 08 (oito) dias antes do crime. A revelação, na época, foi feita pela ex-sogra do irmão de Agnaldo, a Sra. Cleófas, deixando toda a família apreensiva.
 No dia do assassinato do fazendeiro, narra uma testemunha, que Agnaldo se encontrou com os pistoleiros em um bar na Caueira, o “Bar do Careca”.O acusado ainda foi visto, no dia do crime, passando pelo sítio de José Soares.À tarde, por volta das 14h, os 03 homens chegaram ao sítio da vítima, na Caueira, procurando saber se tinha lotes de terra para vender, alegando que queriam abrir um posto de gasolina.Ao chegarem aos lotes, os 03 pistoleiros, os quais estavam em um Fiat Uno azul, após perguntarem se José “lembrava de Agnaldo”, efetuaram os 48 (quarenta e oito) disparos.A Sra. Antônia, em seu depoimento, narra tudo com riqueza de detalhes.
Desde aquele dia, abalada pela dor irreparável, superando perseguições, desdém e medo da impunidade,e mesmo após quase dezessete anos, cada vezmais esperançosa após a Sentença de Pronúncia, a família aguarda Justiça.“Confiamos na Justiça de Deus e também na Justiça dos homens. Tamanha crueldade não pode ficar impune”, afirmam familiares e amigos.
O caso é acompanhado pelo Dr. Saulo Eloy, Advogado da família da vítima e habilitado como Assistente de Acusação.
                               O réu Agnaldo Cardozo.

LUANA DIAS SOARES
   ADVOGADA
 OAB/SE 4.565

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